sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Auto-defesa contra bixos

Caros Pais, educadores, mestras e catequistas,

Como é sabido, a natureza faz bem à catraiada. No entanto, há toda uma panóplia de mamíferos selvagens com dentes afiados e peixes com triângulos bicudos a sair das gengivas!



Acho importante por isso, que sejam transmitidas aos mais pequenos técnicas de repelir os animais mais famintos, para eles correrem menos perigos naqueles momentos chatos em que nos esquecemos deles no monte.

A maneira mais básica é a de utilizar ferramentas, como um pau. Esta ferramenta natural é óptima para evitar o confronto logo à partida. Mesmo que os cachopos não o saibam utilizar ainda, a simples presença do pau parece baixar o apetite ao atacante.
Isto parece mentira, mas na realidade é verdade e bastante simples, passo a explicar:

Imaginem que vão na estrada a caminho da tasca para tomar um mata-bixo. A certo ponto do vosso caminho, vocês reparam que são obrigados a ir para o passeio, e de cada um dos lados da estrada, vêm pessoas de grande porte a ocupar mais do que o que deviam dos respectivos passeios. Algo deste género:


Irão reparar que a vossa escolha será o lado do gordo de vermelho, mesmo que reste só uma esguelha de espaço! Isto porquê, porque o simpático cidadão da esquerda está a transportar um pau. Ora isto é instinto, logo é análogo ao comportamento animal. Por isso, um lobo que se cruze com um rapaz com um pau, será por instinto influenciado a mudar de direcção.

Outros usos há para o pau, usos mais pró-activos. Mas estes querem treino, como o Jogo do Pau. Uma arte desenvolvida por miúdos que batiam noutros. Acabaram por perceber que com isto podiam também bater nas ovelhas, nas vacas e nos perús. Passaram então a andar sempre acompanhados de um para qualquer divertida eventualidade, e um dia mostrou ser muito útil quando um transmontano o utilizou para se defender de um tigre de bengala que lhe ía atacar os leitões.



O segundo método é também muito eficaz. Trata-se de um método passivo que utiliza a tecnologia a seu favor.
Existe agora um novo produto vindo da metrópole que repele só por si bixos de paladar apurado. Trata-se de RAID. A ideia é utiliza-lo como desodorizante, perfume, champô e pasta dos dentes. O que acontece é que mal o bixo vai pra nos cheirar ou trincar qualquer parte corpo dá-lhe logo uma tremenda azia.


Como toda a gente sabe, os leões não têm por costume trazer Rennie nem Kompensam com eles. Daí, perdem o apetite e deixam a refeição para mais tarde.

Por último, deixo um comportamento activo de defesa, em caso de tudo o resto falhar.
Trata-se de método aplicável principalmente a felinos, canídeos e peixes-gato que deve ser utilizado apenas em casos de desespero último devido à falta de cortesia que envolve.
A ideia é virar o feitiço contra o feiticeiro e atacá-lo nos pontos mais fracos, a começar pelos bigodes. Quando o bixo vier ao ataque, amarrem-no logo pelos pelos longos pêlos que crescem ao lado do nariz! isto vai impedi-lo de se mexer devido à dor incomensurável causada.



Como todos os leitores masculinos e alguns femininos podem imaginar, mantendo os bigodes esticados para ambos os lados, qualquer movimento irá ser muito muito doloroso! A partir daqui, gritem por ajuda a pulmões abertos, dêm-lhe xutos e pontapés, cabeçadas, tussam para ele, etc. Vão ver que passado pouco tempo, os movimentos dele serão de recuo, altura em que o poderão largar para que ele volte à sua vida pessoal e azáfama do dia-a-dia.

É tudo por hoje.

Todos temos direito a proteger os nossos mais queridos. Transmito-vos estas técnicas para o conseguirem fazer mais eficazmente.

Um passou-bem muita forte,
Camilo





sábado, 7 de maio de 2011

A arte de Bem conversar

Caros encarregados de educação,

Como sabemos, a arte da comunicação falada é algo que escapa a alguns. Uma opinião ou uma ideia que pode ser espetacular, pode parecer que não vale um chouriço se não for bem passada. Isto claro, sem desprezo nenhum pelo chouriço que é a medalha de ouro da nossa gastronomia.

Primeiro, antes de se começar a transmitir é necessário dar início à conversa! Isto é para muitos a imediata morte do artista pois mostram logo que o que têm pra dizer não interessa a ninguém!
O educando deve compreender que tem de entrar com convicção.
Exemplo:
"Como é caralho, Tá tudo? Óh, senta-t'aí, vou falar contigo."
"Bom dia ond'é que tá o gajo que pintou a minha casa?"
"CHEFE! CAFÉ!"
etc.

Reparem na correcta aplicação dos iféns, espaços, apóstrofes e maiúsculas. A acentuação é tudo!
Como perder toda a atenção:
"Olá José! Tudo bem contigo? Olha quando te desse jeito, se tiveres algum tempo disponível, queria falar contigo de alguns assuntos pendentes se faz favor"
"Olá, muito boa tarde, passou bem? Também muito obrigado, eu gostava se possível de falar com o senhor pintor, assim que ele tivesse alguma disponibilidade se não se importa."
 "Estou sim? faz favor? Olhe, quando pudesse se faz favor queria tomar um cafézinho se faz favor"
etc.

Como devem ter percebido, o primeiro problema é a falta de objectividade. Quem te está a ouvir está inconscientemente a pensar se tens alguma coisa pra dizer ou não, e quando o inexperiente começa com  "Olhe, Desculpe," já se foi a possibilidade de alguém achar que o que vem a seguir é importante.

Ainda assim não se alarmem se não conseguirem imediatamente falar tão bem. Há outras possibilidades!
1- Dar um passou-bem muita forte
2- Dar um passou-bem muita rápido, apertar a mão do outro e tirar logo antes que ele consiga apertar a tua
3- Dar um passou-bem enquanto o olhas fixamente nos olhos
4- Apertar a mão do outro pelos dedos e abana-la freneticamente como um pássaro morto pelas patas.
Se não gostam de passou-bems, podem sempre
5- Olhar fixamente nos olhos sem dizer nada durante um periodo perturbadoramente longo

6- Berrar a primeira sílaba
7- Chamar à atenção da pessoa, começar a falar e imediatamente virarem-lhe as costas sem razão alguma aparente enquanto falam. Neste último caso verão se têm sucesso se a pessoa vier posicionar-se à vossa frente.

Agora que têm a atenção da pessoa é só despejar o que têm pra dizer em frazes curtas. Não é saudável conversar numa barafunda. Mantenham-se do lado da razão e tudo correrá bem.
No caso de a conversa complicar demasiado e já ninguém perceber quem é que tem razão, podes voltar a impôr-te com várias técnicas.
1 - Lançar insultos entre as frases: "Ah fodasse, mas essa merda não dá 27 caralho"
2 - Encheres-te de razão dizendo verdades absolutas para quando disseres o que te interessa ser tomada como verdade: "Mas não te esqueças que mal largas uma coisa ela cai, e quando cai ela pode partir, é a lei da gravidade como newton a previu, por isso é melhor não dizer nada a ninguém e guardar eu esse ovo dourado"

3 - Cortares as respostas do outro. CUIDADO, tens de o deixar falar antes, deixo passar pelo sujeito com calma, mas mal entre no predicado, tumbas, corta-lo. Assim dás a sensação que foi de facto uma discussão, mas ele não teve capacidade de argumentar!

Perto do fim da conversa, já demos os nossos argumentos, já fizemos a nossa parte! Agora é só concluir a conversa e ir embora. Como sempre, primamos pela educação neste blog educativo, há que sair com respeito e dignidade. Caso não surja naturalmente, há também alguns processos standardizados para o fazer.

1 - Começares uma frase que parece que vai ser longa. Parares a meio fazendo parecer que vais continuar, e depois disfarçar que esse silêncio foi por já nenhum ter nada para dizer ao outro. Aí podes sair com um "Pronto, olha, tenho de apanhar o combóio, até depois meu caro". Simples e educado!
2 - Mencionar alguém que ambos conheçam mal haja um mínimo silêncio na discussão: "Ah é verdade, tens visto o João Manel Carlos? Ao tempo que não o vejo, se o vires manda-lhe um abraço meu! Até depois, abraço!"
3 - Perguntar as horas e mencionar um problema comum que nos leva a ter de sair rápido: "Ai, pera lá, que horas são? Xiiii, tenho de ir pá, tenho a patroa à espera, se não a apanho vou ter de a ouvir a semana toda, isto as coisas não vão muito bem lá em casa! Xau, Abraço"
Ninguém vai ter coragem pra te dizer para arruinares o ambiente do lar para falar mais.. vão pensar "eu depois telefono-lhe", mas entretanto mudas de número.

etc

Como podem ver, é fácil conseguir fazer uma feliz e aprazível conversa! Leiam com atenção e utilizem as situações standard quando estiverem à rasca!
Espero que consigam transmitir as vossas ideias de uma forma democrática como vos ensinei!

Grande Abraço,
Beijo na Testa!


Disponível para dúvidas,

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Fazer o fogo

 Caros educadores,

é sem dúvida uma realidade que temos que cozinhar todos os nossos alimentos. Se não o fizermos arriscamo-nos a ter de almoçar rebentos de soja, jantar saladas e comer sushi todos os dias, o que levaria indubitavelmente a toda a juventude de repente se achar "moderna" e daí ao fim da espécie. Percebido? Óptimo. Se alguém pensou na fruta, enganou-se porque a fruta não é comida, é apenas e só sobremesa que faz bem.

É portanto essencial essencial ensinar a fazer o fogo para evitar os rebentos de soja cujas consequências são bem conhecidas pela nossa sociedade.
Há várias técnicas desenvolvidas por vários povos muito machos e outras ideias não tão boas.


Técnica número um: Esfregar os pauzinhos
Há que começar por esfregar dois paus. Depois continua-se a esfregar, vai-se esfregando, esfrega-se, continua-se no esfreganço, esfrega-se mais, eu esfrego, tu esfregas, ele esfrega, nós esfregamos, eles esfregam. Portanto, para que vós percebeis, vós ficaram de fora desta vez, mas da próxima esfregam tá compreendido? Bom, é que isto dá trabalho. Podem aproveitar e ir soprando por baixo, com jeitinho. Pônham a ponta que se está a alumiar numa coisa que também pegue fogo (componente dois), trabalhai pacientemente e sereis recompensados com lume!!
 Joker ou Curinga - elemento que pode substituir qualquer um dos componentes necessários


Técnica número dois: Chiscar as pedras.
A técnica baseia-se num conto ancestral que passa de geração em geração.
Um dia um homem atirou uma pedra a outro e acertou-lhe nos dentes. Ora o que a levou tinha um dente de ferro, e aquilo botou faísca e ele queimou-se na língua, fim.

(imagem verdadeira do homem que levou co'a pedra)

Bonito não é? Eis as enlações que devemos retirar do sucedido.
Pedra com ferro dá faísca, mas se fôr com outra pedra, ainda chisca mais!!! Se só encontrarem uma pedra e não tiverem ferro por perto, também podem dar com os dentes que há de funcionar, mas não se queimem!
Portanto, o procedimento prático é o seguinte, abre-se o gás (butano, propano ou natural) deixa-se saír bem, pra pegar melhor, e depois começa-se a chiscar com uma pedra na outra muito rápido.
Façam com calma e paciência que é assim que se fazem as coisas bem, e sereis recompensados com lume!

Por último deixo a técnica mais infalível para casos extremos.

Por uma vez já estive perto da desgraça completa e apenas esta técnica me pôde valer. Não é comum, mas tem valor pela sua fidedignidade, e por isso deixo aqui o conhecimento na esperança que venha a valer a alguém.
Certo dia estava no monte. Tinha acabado de deixar a minha esposa no hospital e tinha uma chouriça de sangue no carro pra almoçar, e precisava de tratar de me alimentar. Eis o procedimento que me ocorreu:
1- Desligar o carro
2- Sentar-me no lugar do morto ( do passageiro como alguns lhe chamam )
3- Carregar no butão do isqueiro
4- Mal o isqueiro saia, pegar nele, correr pró depósito da gasolina, e deitá-lo lá dentro!

Ui que bom lume deu, assei a chouriça e ainda deu pra acender o cigarro no final de comer.
Muito prático

Portanto fica um documento útil para mostrar aos educandos, que deste modo não têm desculpa da próxima vez que os apanharem a comer uma salada de frutas como refeição principal.

Cumprimentos prá família,

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Tracção Animal

Toda uma arte que os cachopos devem saber quando começam a entrar na puberdade (lá prós 7, 8 anos) é como interagir com um veículo de tracção animal!
Não há nada mais pertinente do que, quando se começa a precisar de ganhar forças com bagaço, ter um companheiro que já aprendeu o caminho para casa e pró trabalho e nos pode levar sem qualquer necessidade de consciência do lado do condutor. Não há gasolina especial nem GPS amaricano que o faça!
Ficamos portanto com umas dicas para ajudar.
Primeira dica e mais importante é ... adquirir o animal. Sem este passo não vai dar para fazer os seguintes. Olhem bem para os dentes e para os cascos, se estiverem da mesma côr, não dá. Cascos brancos é porque estão podres e dentes que estão pretos também não estão bons. Lembram-se daquele jogador do porto que não foi pró milan? É a mesma coisa.
Segundo é um trilho de cenouras pela cidade. Façam um trilho de cenouras e batam-lhe quando ele se desviar. Repitam 3 vezes com cenouras reais e depois pintem-nas no chão que já dá pra enganar pró resto da vida do bixo.. Mas não se ponham com mariquices, não se preocupem em pintar as folhas nem nada, só um risco laranja já chega bem.
Isto trata do básico, mas neste manual, gostamos de primar pelo soupless e finess da coisa.
É de facto d'homem, ir para a tasca de burro, e estacionar o animal sem uma única riscadela nas ferraduras. Há que aprender a parquea-lo de todas as formas, de frente, de cú e em paralelo.

Deixo um pequeno esquiço para estudarem em casa.


Fica um guia completo e com tudo o que é importante.

Cumprimentos lá pra casa.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Como primeira intervenção neste espaço que se espera uma referência a nível planetário no que diz respeito à formação das gerações futuras de “jóias de moços” e “cachopas pra casar”, permitam-me inaugurar a rubrica que carinhosamente decidi chamar:

“Isto é de Homem…”

Trata-se de uma saudável dissertação baseada em preceitos de ordem totalmente científica, nomeadamente no que concerne aos trâmites sociológicos relativos às diferenças entre os padrões de comportamento de duas espécies que têm vindo a fascinar o olhar imparcial de autoridades na matéria como taxistas, mulheres das limpezas, reformados e o Senhor Miguel: o “Machus terríbilis” e o “Panisgónius Larílis”.

Encontra-se em produção uma segunda rubrica dedicada exclusivamente à segunda espécie mencionada a que, não menos carinhosamente, apelidei: “Havias de ser meu filh´oh Panisga..”, mas cada coisa a seu tempo…..

Assim sendo:

ISTO É DE HOMEM – 1ª EDIÇÃO:

- Comer sopa com tabasco… é d´Homem!

- Usar bigode… é d´Homem!

- Molhar o bigode na sopa… é d`Homem!

- Ser do Benfica… é claramente d´Homem!

- Catalogar os elementos do sexo feminino numa gama de termos que vai do “eh….. não tenho nada melhor pra fazer hoje e não..” passando pelo “afinfável” e culminando no “dava um dedo mindinho e três dentes da frente se fosse preciso”… é d`Homem!

- Ter uma unha (preferivelmente a do mindinho) com comprimento igual ou superior a 2 cm, para efeitos de higiene pessoal… é d´Homem!

- Dizer que só sente uma comichaozita mesmo que tenha cortado uma perna rente após ter sido atropelado por um pesado de mercadorias … é d´Homem!

Assim termina a primeira edição, não podendo deixar de agradecer as inestimáveis contribuições dos camaradas Camilo Basto, Edgar Ribeiro e Pedro Micaelo.

Um forte abraço

Inauguração

Meus caros,
Nesta nossa sociedade amaricada, sinto a necessidade de criar um blog educacional para corrigir coisas como deve ser.
Trata-se de um meio sério de transmitir aos mais novos as coisas que têm de ser, só porque têm de ser!
Como fonte de eterno conhecimento haverá professores convidados de alto gabarito, com altas faculdades como arrotos de alto decibel, nódoas na camisa facilmente laváveis (mas pra quê?) e sopa no bigode para o lanche.
Não pensem que isto será um antro de testosterona, pois estão também muitas princesas convidadas que nos ensinarão coisas como "entre cozer e comer cru mais vale o cachopo ir-se habituando pra quando for solteirão" e "porquê ameaçar com a colher de pau quando ao lado há sempre o rolo da massa".

Imprimam e ameacem os vossos filhos se não lerem!

Grande Abraço